Temendo bater de frente com popularidade do petista, senador potiguar admite que governo "teve muito mais acertos do que equívocos".
Por Alisson Almeida
Reprodução
Numa surpreendente mudança de tom, o senador José Agripino Maia (DEM) – um dos comandantes da tropa de oposição em Brasília – deu um tempo nas críticas e, pela primeira vez em mais de sete anos, elogiou publicamente a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o democrata, o petista “teve muito mais acertos que equívocos”, implantou uma série de programas (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida) que melhoraram a vida dos mais pobres e distribuiu renda ao promover o aumento do salário mínimo.
É verdade que, apesar de admitir os êxitos do governo federal, Agripino não deixou de apontar o que considera defeitos da gestão petista: o governo mantém uma carga tributária “vergonhosa” e deixou a desejar em relação aos pleitos do Rio Grande do Norte. O senador classificou como “engodo” a implantação da Refinaria Clara Camarão em Guamaré. “Refinaria é o que está sendo feito em Recife e o que anunciam para o Maranhão. Nos tiraram isso”.
O novo estilo “morde e assopra” parece ser a estratégia encontrada pelo democrata para proteger-se da elevada popularidade do presidente Lula, que chega aos 80% de aprovação popular, índice aferido pelas últimas pesquisas divulgadas pela imprensa nacional. Agripino teme que, insistindo nas críticas mais pesadas, possa sofrer desgastes junto aos admiradores do petista e, o que seria ainda pior, termine derrotado nas próximas eleições.
Na opinião do senador, o presidente Lula não vai “insistir na tese” de destruí-lo politicamente, como prometera fazer quando participou da campanha de 2008 em Natal, “porque quando ele [Lula] ameaçou o resultado não foi bom”. Agripino disse que não teme a popularidade do petista, argumentando que “essa história de tutelar voto é coisa de coronel”.