quarta-feira, 17 de março de 2010

Agripino adota tom "paz e amor" e rasga elogios ao presidente Lula

Temendo bater de frente com popularidade do petista, senador potiguar admite que governo "teve muito mais acertos do que equívocos".


Por Alisson Almeida

Reprodução

Numa surpreendente mudança de tom, o senador José Agripino Maia (DEM) – um dos comandantes da tropa de oposição em Brasília – deu um tempo nas críticas e, pela primeira vez em mais de sete anos, elogiou publicamente a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o democrata, o petista “teve muito mais acertos que equívocos”, implantou uma série de programas (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida) que melhoraram a vida dos mais pobres e distribuiu renda ao promover o aumento do salário mínimo.

É verdade que, apesar de admitir os êxitos do governo federal, Agripino não deixou de apontar o que considera defeitos da gestão petista: o governo mantém uma carga tributária “vergonhosa” e deixou a desejar em relação aos pleitos do Rio Grande do Norte. O senador classificou como “engodo” a implantação da Refinaria Clara Camarão em Guamaré. “Refinaria é o que está sendo feito em Recife e o que anunciam para o Maranhão. Nos tiraram isso”.

O novo estilo “morde e assopra” parece ser a estratégia encontrada pelo democrata para proteger-se da elevada popularidade do presidente Lula, que chega aos 80% de aprovação popular, índice aferido pelas últimas pesquisas divulgadas pela imprensa nacional. Agripino teme que, insistindo nas críticas mais pesadas, possa sofrer desgastes junto aos admiradores do petista e, o que seria ainda pior, termine derrotado nas próximas eleições.

Na opinião do senador, o presidente Lula não vai “insistir na tese” de destruí-lo politicamente, como prometera fazer quando participou da campanha de 2008 em Natal, “porque quando ele [Lula] ameaçou o resultado não foi bom”. Agripino disse que não teme a popularidade do petista, argumentando que “essa história de tutelar voto é coisa de coronel”.